quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Drexler e M. Rita

Teu sorriso surpreso é a melhor coisa que eu já pude olhar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

mês

Quero flores que falem e que eu possa regar. Quero horas que calem o que eu posso estragar.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Te extraño

As borboletas demoram demais a passar e eu nem lembro se um dia as senti dançar tão agitadas. Pensei em deixar que elas me levassem com a música calma, quase divina no meio de toda'quela fumaça leve mas hoje, velha que sou, as deixei brincar em mim, sozinhas. Há algumas noites sonho que a tua língua e a minha continuam a se entender como se estudadas fielmente, como quem vai à Roma. O combinado, por enquanto, é bem mais perto. Confesso que se fosse pra não voltar me entregaria às minhas vontades E mesmo que logo pare de tocar aquela música, não é contraditório mas, sem explicação, tem uma força leve. É livre.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Quero sentar no banco de praça fincado no chão em frente a sua casa. Quando viro a esquina o tenho como objetivo. Sento, sinto a fumaça quente do meu marlboro de filtro vermelho. Tento lembrar o número do seu apartamento mas meu pensamento caminha junto com as pernas de bandos de paranaenses trabalhadores que passam por mim. Aquela não costumava ser uma rua movimentada quando fazia parte de um mundo nosso, ou ao menos não tenho essa lembrança.

Enquanto caço uma caneta em minha bolsa, fixo os olhos no passado de quando eu não podia entrar nos bares. Me deparo com meu corpo gordinho, num estilo largado e cabelo chanel. O seu alto e fino mas também largado, com o cabelo falhado. Brigavamos por uma colher de sorvete, carinhosamente. O que me choca não é apenas o meu relaxo total mas meus olhos brilhando uma inocência tão distante do que hoje é só real e seco.

O que é que eu poderia dizer? Vou casar mês que vem e sabia que se não fosse agora não poderíamos nos encontrar nunca mais? Eu estou morrendo de medo de encontrar um vazio mais extenso ainda ou de você estar careca, ou seja de qualquer maneira eu estou com medo de encontrar um vazio maior ainda. Dou uma risadinha estúpida com medo de algum estranho ver, só não pude evitá-la inteira.

Dou passos em direção contrária ao seu apartamento. Pego meu carro alugado, amanhã terei que devolvê-lo. Preciso de algo que me relaxe. Ligo o som, canto, acendo um. Você deve ser super careta agora mas eu juro que só faço isso de vez em nunca. O pior abraço que poderia me dar, acho que será esse o de quando nos encontrarmos. Não espero muita coisa, sabe? Só não sei viver sem despedidas. Eu poderia ser mais Alice Ayres ou Jane Jones. Já me despedi tantas vezes de você.

Meu celular toca. É a costureira do meu vestido branco. Está pronto.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quase...

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Luiz Fernando Veríssimo

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

PCA

Cada minuto que passa pode ser tudo que me resta para viver,
mas eu desperdiço o tempo como se ele fosse infinito.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Samba Danada

Custa sambar
Quero ver você sambar
Custa sambar um pouco

Quando eu saio sempre espero te encontrar
Mas hoje você deu pra não sambar
Peguei dois ônibus só pra te ver dançar

Custa sambar
Quero ver você sorrir
Custa sambar um pouco

Aiai ai Eu quero te arrastar
Pra pista eu vou te levar
Você vai me ensinar
Pra no teu pé eu nunca mais pisar

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Don't Know Why

Faríamos sete anos de unha e carne este ano
Me digo carne porque desisti fácil do vegetarianismo
Porque sou de todo sexo, penso sexo, faço ou não
E te vejo unha porque é você quem esteve cravado em mim
E você machuca e faz sangrar, arranha e gosta
Foste arrancado em tortura pós-guerra da carne dolorosa
Mas as unhas, assim como os cabelos, sempre crescem
Qualquer mulher sabe o desespero momentâneo que pode causar
Depois acalma mas como a morte nunca se esquece
Vem unhas postiças, luvas escuras, mãos nos bolsos
E finalmente um crescer inesperado, uma dor gostosa
E o sossegar do espírito medroso

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

L'a, Bem Mais Perto do Mar

Eu, n~ao sei bem aonde, quando ou se ainda existo.
J'a a saudade n~ao nos resta d'uvidas de que sempre existira e prosseguir'a imortal.
Quem sabe seja por isso que n~ao respondo de vez, a morte.
Talvez continue viva apenas para tentar matar o imposs'ivel, a eterna companheira, a infinita esperan'ca, o inef'avel desespero: toda a saudade.
Ela conhece o mundo. Escolheu repousar em mim em algum lugar que desconforta.
Mas quando o inevit'avel acontecer, a morte de fato me achar, ela se fortalecer'a no peito de outro algu'em querido.
Omnisciente, foi assim que me contou que o mundo repetir'a sua permanente exist^encia,
mamando de peito em peito, crescendo e s'o quase envelhecendo.
Indispens'avel presen'ca, ah, quanta saudade.

sábado, 21 de agosto de 2010

Socorro!


Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...

Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...

Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento, encruzilhada
Socorro! Eu já não sinto nada...

Socorro!
Não estou sentindo nada [nada]
Nem medo, nem calor, nem fogo
Nem vontade de chorar
Nem de rir...

Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Eu Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate
Nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...


Arnaldo Antunes/Alice Ruiz

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pixin

Tu és, divina e graciosa estátua majestosa do amor.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Dialogo

Tinha nas mãos um Kafka. Seus dedos longos escondiam apenas o título enquanto segurava o livro. Corriam entre as palavras os olhos escuros, ela não parecia pretender notar minha presença. Já os meus cravaram em cima dela, tanto que não vi passar o ônibus que almejei o dia inteiro encontrar assim que eu saísse do trabalho. Só pude desejar isso, enquanto tudo o que me rodeava era o contrário do que sonhei mas naquele momento esqueci os passos errados que tomei na vida e me senti o cara mais sortudo possível. Ela era linda.

Coloquei os fones de ouvido, Carinhoso não poderia estar mais alto. Ela olhou pra mim com um bico de mulher chata. "Pelo menos ela me notou" concluí rapidamente. Estive errado, foi aí que ela começou a falar incessantemente, parece que Pixinguinha a conquistou. Nunca pensei que meu modo de me separar um tanto do mundo, me daria a oportunidade de conquistar um novo. Deixei caído o fone sobre meus ombros e fiz o que pude, joguei qualquer futuro em suas mãos, se ela dissesse não, tudo continuaria passado para sempre.

Disse que gostaria de encontrá-la novamente em breve, tirou um lápis de sua pasta, me entregou o livro e o lápis e disse "anota aí seu número e nome." Logo percebi que havia esquecido de notar qual das obras de Kafka ela lia, fiquei com medo de perguntar e depois eu nunca ter lido aquele bendito "Metamorfose" e ficar sem assunto de novo.

O ônibus dela chegou tão rápido que pensei em milhões de faltas que cometi em meio segundo e pulei pra dentro dele junto com ela. Eu precisava de um porquê. Lembro-me de ter dito que esperava pelo Morumbi. Pegamos o Universitária. Ela me contou da última vez que esteve em Buenos Aires e pegava mêtros o tempo todo. Contou das Mafaldas gigantes nas paredes imundas que tirou fotos e dos livros em espanhol que gastou dinheiro atoa, nunca os leu. Todo espanhol que sabia havia aprendido naquela semana de inverno. Lembrou da vergonha que passou no dia que escolheu um Marquês de Sade. Não por pretender sair de lá acompanhada de um livro do cara que originou a palavra sádico mas sim porque seu dinheiro era falso. Explicou ao funcionário que era brasileira e que havia trocado dinheiro numa casa de câmbio em Puerto Iguaçu. Logo depois de atravessar a Aduana argentina. O funcionário foi compreensivo e a explicou como se pareciam as notas falsas.

Ela tinha saboneteiras como achava necessário Vinicius de Moraes. Olheiras de ressaca como as de Capitu mas parecia um anjo de cabelos negros e enrolados. A pele dourada e seios quase inexistentes. E o nome dela só poderia ser de mestre, Clarice. Igual ao da mulher mais plausível que já li do mundo da literatura. Quando levantou puxar o cordão avisando que desceria me chamou para descer com ela e tomar uma cerveja no bar da frente da faculdade.

Depois de brindar por milhares de desculpas estúpidas, Clarice estava bêbada, rindo e me falando sobre caras de camisa xadrez e cabelo repicado. Enquanto eu desajeitadamente passava a mão sobre meu cabelo penteado e olhava incontroladamente para meus sapatos terra cota, me sentindo verdadeiramente velho pela primeira vez. Pensei no Haiti, na mulher grávida de O Cobrador, e ainda me sentia o pior dos injustiçados. Extremamente egocentrista, me desconcentrei dela e comecei a sentir dó de mim. Tudo o que eu queria era ouvir Rain Drops de B.J. Thomas. Foi o que fiz, lhe entreguei um lado do fone e coloquei o outro em mim. Mais alto, não quero ouvir meus pensamentos, quero pensar assim.

Alugamos um apartamento no centro da cidade. Um micro-ondas, duas poltronas, sei lá quantos livros, um fogão de uma boca e um pôster de Sobre Cafés e Cigarros. Além de duas caixinhas de som e o meu MP3 e pilhas de roupas. Tenho pavor desse filme e consegui convencê-la de que não merecia nossa parede. Ela colou na porta do vizinho e voltou com o livro ainda nas mãos. Continuou sem falar nada, fiz café. Li Peanuts enquanto Clarice terminava a auto-biografia da Billie Holiday que eu nunca me interessei. Não sou de biografias, mesmo a de Billie.

Desaprendi a viver sozinho apesar de que nem eu e nem ela estivessemos presentes no mesmo lugar por muito tempo. Conversavamos pouco. Dormiamos agarrados a livros. Apenas brincavamos de opiniões opostas. Não tinhamos dinheiro, eu lia o que havia chego com ela e vice-versa.

Foi horrível o olhar indiferente que me lançou quando eu pedia perdão pela primeira traição. A partir de então não consegui parar e pegava livros interessantíssimos emprestados de minhas amantes que a vi procurar escondida, afim de lê-los quase no escuro.

Li todos os livros de Kerouac sem notícias de sentimentos dela. Mas foi On The Road, o único que detestei, que a fez ir embora. O bilhete dizia: "Viajei mundos ao seu lado, a única coisa que mudou em mim foi a visão. Por me esconder de ti e ler no escuro, meu mundo ficou coberto por vidro. Eu fugi, fuja também. Se resolver que não, te deixei de presente nossa biblioteca. Só vou levar Saramago, impossível evitar. Boa sorte."

On The Road estava jogado dentro da privada. Lorenna nunca o recebeu de volta e Clarice mentiu. Havia levado todos da Lispector também. Finalmente tinha dado o braço a torcer. Desde então não li sequer um livro. Comprei um tênis colorido, fui morar na Bahia e passei a escrever sobre as mulheres que conheci pouco.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quisesse enfraquecer

Quisesse enfraquecer
Depois de tanta for'ca juntar
Em quantas lutas s'o pra te impedir voltar
Pros meus instantes de nada o que fazer?

Tivesse ainda remota simplicidade
Deixasse pra l'a, voltasse pra c'a
Matasse, desprezasse o n~ao
E se eu pudesse alguns instantes querer?

quinta-feira, 29 de julho de 2010

a pessoa errada nasceu pra mim

Meus l'abios ardiam contra o vento e eu olhava tuas palpebras quase fechadas pela poeira. Contei as horas pra que aquele momento fosse 'unico, o nosso reencontro. Tudo o que quis foi correr mas meu corpo tremia incessantemente e n~ao me deixava mover mais do que aquilo pra um lado que n~ao fosse o seu. Eu n~ao sei se era o frio ou o medo de estar em apenas mais uma despedida. Tirei meus 'oculos escuros e coloquei em seu rosto calado, esperando que o inc^omodo passasse e come'casse logo a falar desparadamente. Apertei os olhos e ca'iram l'agrimas escuras, manchando meu rosto e suas m~aos geladas. Senti o cheiro de cigarro mas as beijei t~ao fervorosamente que te vi vermelho desistir da aproxima'c~ao. N~ao sei o que foi que nos aconteceu, pareciamos ter nascido um pro outro, pro amor e pro 'odio. Desisti como sempre do orgulho, que nunca foi a minha cara, e te abracei. Desabou em choro, como uma crian'ca. Senti tanto prazer naqueles suspiros, me passou pela cabe'ca te levar pra casa e cobr'i-lo, com edredons ou beijos. Pensei no seu corpo nu e foi a'i onde tudo parou. Minha mente apagou qualquer dor ou passado que pudesse me impedir da proposta e joguei assim nas suas m~aos sujas o nosso futuro. Fui a um casamento semanas antes, n~ao pude prever ningu'em, se n~ao voc^e parado l'a na frente me olhando de branco. Talvez ele pensasse que n~ao seria s'o uma noite e talvez nem fosse mesmo. Eu ainda o amava como antes e se tivesse um casamento desejaria o seu sorriso ao me ver entrar entrar morena de vestido rendado pra seguir o nosso eterno. Deu um pequeno sorriso de canto de boca e me puxou "Vamos!". Escrevi mentiras misturadas a verdades em seu corpo suado, manchava agora minha l'ingua est'upida que n~ao sabia evitar lamb^e-lo. Roubou a caneta de minhas m~aos, desenhou flores em meu corpo arrepiado. Estavamos fedendo a caneta pra CD. O abracei, desatou meus bra'cos e disse que precisava estar livre pra que se as lembran'cas a tomassem a mem'oria e de repente quisesse fugir de mim. Peguei o papel e comecei a passar tudo aquilo que escrevera em seu corpo pra que nele eu me lembrasse eternamente que prefiro estar exposta a perigos do que n~ao me sentir viva. E j'a faz anos que n~ao sei viver sem voc^e. Mas na manh~a seguinte, n~ao posso deixar de completar, voc^e me acordou contando seu sonho feliz num avi~ao, eu mal escutei. Estava prestando aten'c~ao na sua voz feia e como eu n~ao me importava com isso. Sempre fui realista. Me pediu a m~ao, me acendeu um cigarro sem que eu tivesse pedido, me levou pro banho e esfregou meu corpo at'e que toda a tinta escorresse. Me embrulhou na toalha, me chamando com os olhos pra cama. Escreveu em meu corpo "Minha namorada" de Vinicius. Achei at'e um pouco clich^e mas sou mulher e Vinicius 'e quase t~ao irresist'ivel quanto seu cheiro.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"A vida s'o se d'a pra quem se deu..."

Guardo na mem'oria a cor de Caetano e percebo que cansei de olhos azuis. Encontrei-me impossibilitada de perder qualquer raz~ao. Senti vazio o peito velho, respirando enfim um ar parecido com infinito, que tento enganar, pobre, em aventuras escondidas, 'unicas, in'umeras e moment^aneas. Achando que nem morrer posso mais. Juro que preciso ser Vinicius, mesmo se ningu'em souber quem sou. E que nem mesmo interesse-me decifrar as inating'iveis delicadesas e insasiaveis paix~oes a que entreguei-me e parei de fugir da vida pela qual anseio.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

N~ao Deu 05 06 Tenha Calma 07 - Djavan

Fazia tempo que n~ao me sentia morrendo
Agora perco a decis~ao se vivo ou n~ao
Inevit'avel j'a sentir tanta incerteza
Juro que tentei evitar estar em meu mundo
A armadura de novo perdida, o frio voltou
Acabaram tantos frascos de perfume
Mas nem assim meu cora'c~ao mudou
Hoje descobri que nem toda foto foi apagada
E que nem todo medo 'e t~ao grande assim
Que me fa'ca desistir de mergulhar
Um dia todo em Djavan e sonhar
Com imposs'ivel final perfeito que n~ao h'a
mas eu cito hoje Clarice, noto e anoto
O que obviamente não presta sempre me interessou muito.
Gosto de um modo carinhoso do inacabado,
do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta
um pequeno vôo e cai sem graça no chão.

Morro de amores e lembro como eu vivi
Tendo ins^onia namorando os olhos medrosos
Acabo a noite com o l'apis e a caneta na m~ao

domingo, 4 de julho de 2010

Butterfly Papillon

Ainda não sei quando e onde essa história de perdermos tempo vai terminar. De pés descalços, de corpo nu, de coração cego, de cabeça crente, com sorrisos vou te desarmar, com teus olhos vai me destruir certezas. E eu canso, apago, caso e reaprendo a sonhar, quase em vão, para sempres. Quase verdade que eu quis, quase apaguei, voltei, plantei flores amarelas e calei nossas mentiras. Mas foi só quase.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Resenha Crítica Sobre o Livro "História da Língua Portuguesa" de Paul Teyssier

-O francês Paul Teyssier era professor universitário, ensaísta, tradutor e foi nos anos 70 autor da primeira gramática de português em francês. Estudando pela primeira vez as diferenças do português de Portugal e do português do Brasil.
-Paul Teyssier apresenta em seu livro “História da Língua Portuguesa” a evolução de nossa língua de forma simples a compreensão de seus leitores. Começa pelo contexto histórico da língua portuguesa que teve início após a segunda Guerra Púnica, em 209, quando Roma dominava a Península Ibérica e com exceção dos bascos, todos começaram a utilizar o latim.
-502 anos depois os muçulmanos invadem a Península Ibérica e incluem em seu território a Lusitânia. A Gallaecia falava árabe e eram também chamados de Mouros. Teyssier descreve e ressalta o quanto a dominação muçulmana foi importante e determinante para o mapa lingüístico, formado por línguas que nasceram no Norte e que com a reconquista dos romanos, também foram levados ao sul. Essas línguas eram principalmente o galego-português a oeste, o castelhano e o Catalão a leste.
-O galego-português passa por grandes transformações até chegar ao nosso português. Apesar de não haver vestígios de documentos lingüísticos entre o intervalo das invasões germânicas e muçulmanas, Paul Teyssier nos apresenta uma linha evolutiva nos permitindo dar continuidade a história do nosso português.
-O latim bárbaro era apenas falado mas acabou por influenciar a língua escrita, o latim imperial. Essas novas palavras mostram a inclusão e evolução de palavras populares na língua. Mais para frente, o latim imperial transformando-se em língua proto-romance faz surgir novas fronteiras lingüísticas. Isolado de todas as outras línguas faladas na Península Ibérica, o galego-português surge durante o período entre o século IX até o século XII. Seus primeiros documentos escritos aparecem apenas no século XIII.
-Isola-se Portugal da Galícia no século XII, e com isso o centro de Portugal passa a ser o sul, e foi durante esse período que o galego-português se espalhou pelas regiões meridionais onde antes falava-se dialetos moçárabes.
-Foi no século XIV que se deu início a prosa literária no galego-português, quando essa já se tornara língua exclusiva de alguns praticantes. Para o melhor entendimento de seus leitores o autor nos cita exemplos de textos da língua que no momento estudamos. Inclusive podemos perceber nitidamente as diferenças do galego-português para o português atual.
-O autor explora o vasto campo do vocabulário e suas diversas origens. As línguas germânicas, penetradas anteriormente no latim, acabam por aparecer também no português e no espanhol. A influência moura deixou no vocabulário português e no espanhol diversas palavras, hoje arcaicas para nós mas a maior parte delas foram substantivos. Além destas temos influência do bilínguismo, luso-espanhol. Os portugueses cultos usavam o espanhol como segunda língua entre o século XV ao XVII. Após o período de dominação espanhola é que surge uma reação anti-espanhola. Temos também grande influência francesa através do iluminismo.
- O galego começa a se desvincular com o português a partir do século XIV. Então desdo século XVI o galego começa a ser visto como provincial e arcaico.
-Apenas no capítulo três é que começaremos a estudar o português europeu até chegarmos ao atual. Em 1350 o português torna-se língua de Portugal. Entre Lisboa e Coimba o português moderno se constitui, surgindo daí suas principais transformações permanentes, formando normas.
-As grandes navegações iniciadas por Potugal no século XV fez com que o português se expandisse por vários territórios. Hoje o português é a única língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Além de ser uma das línguas oficias de outros territórios.
-Mais adiante Teyssier nos relata o português contemporâneo, fixado entre os séculos XIII e XIX. Evoluindo muito a respeito da sintaxe e morfologia de seus verbos principalmente.
-Percebemos com essa leitura que seu autor teve amplo interesse, análise e o escritor francês dominava o que escreveu sobre nossa língua, o português, incluindo seus inúmeros dialetos.

domingo, 27 de junho de 2010

Sem Fantasia

Vem, meu menino vadio, vem, sem mentir pra você

Vem, mas vem sem fantasia, que da noite pro dia

Você não vai crescer

Vem, por favor não evites meu amor, meus convites

Minha dor, meus apelos, vou te envolver nos cabelos,

Vem perde-te em meus braços pelo amor de Deus

Vem que eu te quero fraco, vem que eu te quero tolo

Vem que eu te quero to...do meu



Ah, eu quero te dizer que o instante de te ver custou tanto penar

Não vou me arrepender, só vim te convencer que eu vim pra não morrer

De tanto te esperar, eu quero te contar das chuvas que apanhei

Das noites que varei no escuro a te buscar

Eu quero te mostrar as marcas que ganhei nas lutas contra o rei

Nas discussões com Deus, e agora que cheguei eu quero a recompensa

Eu quero a prenda imensa dos carinhos teus

Chico Buarque de Hollanda

Sem Porquês

Quero esquecer que dia
E em que ano estamos
Na chegada voltar
Quero perder o medo de mim
Ou prefiro ter muitos mais
Não gosto de trocar pontos finais
Quero lembrar que já não importa
Enxergar fora da nuvem
Sem pensar onde poderia pousar

terça-feira, 22 de junho de 2010

Memória da Pele


Eu já esqueci você
Tento crer
Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer
Sugo sempre
Busco sempre
A sonhar em vão
Cor vermelha carne da sua boca, coração
Eu já esqueci você, tento crer
Seu nome, sua cara, seu jeito, seu odor
Sua casa, sua cama
Sua carne, seu suor
Eu pertenço a raça da pedra dura
Quando enfim juro que esqueci
Quem se lembra de você em mim
Em mim
Não sou eu sofro e sei
Não sou eu finjo que não sei, não sou eu
Sonho bocas que murmuram
Tranço em pernas que procuram enfim
Não sou eu sofro e sei
Quem se lembra de você em mim
Eu sei, eu sei
Bate é na memória da minha pele
Bate é no sangue que bombeia
Na minha veia
Bate é no champanhe que borbulhava
Na sua taça e que borbulha agora na taça da minha cabeça
Eu já esqueci você, tento crer
Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer
Sugo sempre
Busco sempre a sonhar em vão
Cor vermelha, carne da sua boca, coração


João Bosco

*Primeira música que eu realmente adoro desse cara aí.
Vamos ver.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramágico



Não sei para que serviria deixar claro o tamanho de meu aborrecimento a respeito de sua morte. Então o que mais eu poderia fazer senão agradecer os 16 romances impecáveis que nos deixou, além de outras tantas peças teatrais, contos e poesias? Pois, esquecido jamais poderá ser. Afinal, é Saramago. Lá se vai mais um amor.


Eu luminoso não sou
Eu luminoso não sou. Nem sei que haja
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se, no fundo poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d'água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.




Espaço curvo e finito
Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Coragem


"Como falar sobre livros que você nunca leu" é o nome do livro que eu encontrei no meio da sessão sobre educação em letras, na minha livraria preferida. Ri, abandonei aquele de 30 reais, "História da Língua Portuguesa" e comprei meu primeiro Kafka. Confesso que se eu cagasse dinheiro, compraria aquele livro desgraçado só pra ver como em menos de 200 páginas alguma personalidade inimaginável pôde pensar que conseguiria resumir infinitas orações e finalmente fazer com que qualquer ser humano pensante acreditasse nele. No fim das contas essa criatura, que não fiz questão de gravar o nome, fez algo besta o suficiente para se tornar interessante. Só juro que não perderia meu tempo com tal livro brutalmente inútil e escolho outro, considerada uma das melhores obras do século XX, quase tão inútil quanto. A diferença é que me tira do meu mundo e não me faz passar vergonha. Imagine ter um livro desses na estante, que medo. Seria ele só, coitado. Talvez menos pior do que ter mais de um Caio Fernando de Abreu. Dessa fase já passamos, ainda bem. Se for da sujeira prefiro Buk, até Mirisola.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Sem Fôlego

Pra que a pressa? Não antecipa todo passo, tenho pernas curtas e precisaria correr. Então eu cansaria tão rápido que ninguém perceberia. Não eu. Não você. Não mais. Eu quero a malandragem de se saber ser e viver aqui. Quero falar, ouvir. Quero meia hora. Quero madrugadas. Quero mais de meia cerveja. Quero choro e quero riso. Eu quero graça. Pra isso é que tempo não há. Não gosto de guerra, quero romances. Vinicius e não berros de vozes agudas. Eu não gosto de "Estação das Chuvas" mas quem sabe você gostaria. Preciso entender mas não estou aprendendo nada. Não mais. Só nó.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ê Rapá

Meu Deus, ele não sabe nada
Ele não sabe calar
Ele não sabe tocar
Meu Deus, o que eu quero escutar
O que eu quero sambar
Ele não sabe dançar

Ei Deus, não quero vê-lo ensinar
Acordes que eu vou cantar
Eu quero é desafinar
Ô Deus, será que pode mudar
O tom de fá pra lá
O sol de lá pra cá

Seu Deus, acho que vou apelar
Pr'algum santo orixa
Vir e me ajudar
Ah, Deus, precisa se controlar
Aprender a deixar
De me importunar

Ei Deus, não quero vê-lo ensinar
Acordes que eu vou cantar
Eu quero é desafinar
Ô Deus, será que pode mudar
O tom de fá pra lá
O sol de lá pra cá


(letra novíssima de nossa mais nova música)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Flag


Não procurei perfeições e sim força. Eu quero colorir paredes, cravar na pele, ver sangrar. Não espero enxergar no escuro, não iludo. Estou consciente de nosso estado. Algum dia entendo palavras que nunca foram ditas. Calo, igual é simples beijar os meus, doando liberdade. Só que dói, eu gosto de falar. Gemo e de repente pergunto do jazz. Ainda tem tanto pra descobrir, mas é que quero presenciar, se não perco a cabeça em caminhos milagrosamente deixados. E de manhã nos braços dos abraços dá uma saudade da nudez de ontem, então eu sussuro. Vejo medo refletido naquele mel todo. A gente quase que morre todo dia, justamente por viver. Não pelo sangue estar correndo, mas pelo nosso estar pulsando vermelho vinho. Eu queria por alguns instantes não estar cega pra poder mostrá-lo isso. Só que falando a verdade, se acendessem a luz, eu cobriria meus olhos. Não resistiria. Estou esperando, esperando pra gente gozar e gastar a vida enquanto desembaraçamos o seu cabelo e bagunçamos o meu de novo.
Quero um bombom de brigadeiro antes de ir aprontar as malas.

terça-feira, 1 de junho de 2010

S

Eu que sempre tive dor de cabeça pós-doce, descobri um que não dá enjôo e ainda tem toque de amargo. Tipo leite com açucar e algumas gotitas de café, e pra completar teria dois suspiros ao lado. Pode ser também banana ou maçã com brigadeiro e coca-cola com muito gelo. Eu não sei bem do que eu queria falar, mas era tipo uma satisfação imensa com algo que eu nunca achei que fosse gostar tanto. Jamais fui do doce. É. Não tô pra escrever hoje. Deixa pra lá, essa fica inteirinha pra mim. Boa noite.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

100

Receita

Penso que os antigos eternos amantes, depois de torturar o eterno, rasgá-lo em pedaçinhos e finalmente matá-lo por completo, ainda se devem respeito. Mesmo que o amor tenha terminado de forma bruta, escandalosa, machucado. Já acreditei que antigos eternos amantes seriam sempre amantes, que apenas esse amor deveria ter mudado para algum sentimento também eterno, algum outro tipo de amor. Já também não acredito mais, tive provas do mundo. Não aconselho amigos a se reaproximarem de seus próprios antigos eternos amores. Agora sigo o lance do "ça commence avec toi", mas sei bem que não tem nada que possa nos trazer de volta esse apertinho incômodo melhor do que melodias, do que filmes. Aqueles que denominavamos nossos, dos antigos eternos amantes e que tantas vezes dividimos como se existissem paixões para eternidade. Talvez exista em algum lugar, mas é claro agora que os meus não se pareciam com isso. Tanto faz, o fato é que carregar pesos nas costas das mágoas que criamos aos nossos antigos eternos amantes já é tão pesado, até pode ser maior do que eles criaram aos nossos corações. Não gostaria e faço questão de tentar não continuar cutucando feridas dos outros. Por melhor que essa pessoa esteja, por menos ferida e o máximo que ela tenha conseguido reconquistar dentro de si mesma, não existem borrachas a essas feridas. Porque essas coisinhas, esses filmes, essas músicas eternas dos antigos eternos amantes, essas são as únicas coisas boas que restam dessas histórias que fodem a gente. Então, não as repito, tomo cuidado. Respeito minha história, não construo novas ou até velhas em cima de outras. Eu respeito minha história e boto muita fé no "é melhor estar sujo do que sujar." sempre. Tenho cimento fresco, tenho montes de tijolos, diversas cores detintas e devagarin nós o transformamos em um lar ao novo eterno amor. Porque a gente tem que acreditar em alguma coisa e eu posso estar cega de amor agora, mas não quero pensar em verdades do mundo, porque me doei inteira. Não me importo se vou ou não me ferir. Melhor viver!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O Último Romântico (46 - TÃO)




É tão Vinícius
E sou tão você
Me apaixonei
Nos primeiros intantes
Desses olhos malditos
Que depois de ver alma
Tão linda assim
No mundo viu tão poucos
-
Eu canto porque existes
E sei amar bem grande



Só falta abandonar a velha escola
Tomar o mundo feito coca-cola
Fazer da minha vida sempre o meu passeio público
E ao mesmo tempo fazer dela o meu caminho só, único
Talvez eu seja o último romântico
Dos litorais desse oceano atlântico
Só falta reunir a zona norte à zona sul
Iluminar a vida já que a morte cai do azul
Só falta de querer
Te ganhar e te perder
Falta eu acordar, ser gente grande pra poder chorar
Me dá um beijo então, aperta minha mão
Tolice é viver a vida assim sem aventura
Deixa ser pelo coração
Se é loucura então, melhor não ter razão


Lulu Santos

"Vamos fazer poesia juntos, escrita no papel
Afinal nossa vida já é tanta poesia"

domingo, 23 de maio de 2010

Para minha S. Marshall


Dividindo marlboros azuis na luz amarela, lembrando de como a gente achava que aquilo tudo seria para sempre. Num canto jogadas no chão do bar, davamos risadas intensas daquelas que vem de dentro do peito mesmo, coisas de bêbado, e agora faz todo sentido. Porque depois de tantas lágrimas e diferentes marcas de cigarros que dividimos... Depois de tantos sonhos que contamos uma a outra e de todos eles terem mudado tanto, a ponto de termos pensado estar no fim... Depois de tantas felicidades momentâneas que dançamos juntas em diversas noites... É, nós começamos a construir planos que nunca nos passou pela cabeça e nos sentimos tão livres, como crianças e rímos intensamente juntas. Que saudade que eu estava. Quero ouvir sua voz cantando. Quero ainda milhares de anos de ti, amiga.

Desenho por Scheila Thomsen.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Política de Línguas

Língua Nacional

É a língua do povo de uma nação enquanto relacionada com um Estado politicamente constituído, vista como a língua oficial que torná-se então identidade política e cultural de um país.

Esta língua oficial é como unidade imaginária. Ilusão vê-la como monolítica e homogênea pois dentro desta existem várias línguas que dependem da história de seu povo. Há a língua do cotidiano que difere da língua escrita. Há a língua de um grupo social que difere da língua de outro grupo social (variação diastrática). Há a língua de uma região que difere da língua de outra região (variação geográfica ou diatópica). Há a língua de um grupo profissional que difere da língua de outro grupo profissional. E ainda existem as variações estilísticas ou diafásicas e as dialetais. Essas variedades dentro da mesma língua são chamadas de dialeto.

É tomada como padrão ou norma culta a variedade da língua portuguesa que é ensinada nas escolas, usada em documentos oficiais. Não há, pois, uma única norma culta vigente em todo o país, isso não poderá acontecer pelo simples fato de ser impossível os falantes escaparem da variação entre a fala e a escrita, além das outras variações já citadas acima. A noção de erro em língua é deste modo uma noção que opera uma hierarquização social das relações entre variedades existentes da língua.

(Liz)

Língua Oficial

Uma língua não se torna Oficial por uma decisão homogênea da população de um Estado (País). Há casos em que a Constituição do País diz isto diretamente e há também casos em que isto é praticado através das instituições do Estado sem que seja diretamente dito. No Brasil, só a Constituição de 1988 passou a dizer que a língua Portuguesa é a língua oficial do Brasil. O artigo 13 da atual Constituição Brasileira diz: "A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil". Antes disso havia uma consideração tácita de que tínhamos uma língua, esta era a língua dos atos administrativos, das ações escolares, a língua na qual se publicam livros no Brasil, e não havia a definição direta de que era a língua oficial. Ela era a língua oficial pela prática da Nação brasileira e do Estado brasileiro. Ou seja o Estado funcionava a partir desta língua e a nação a tomava como elemento de sua identidade. Durante este período é importante ver que esta língua praticada como oficial no Brasil foi motivo de um debate em torno do seu nome. Seu nome era língua portuguesa ou língua brasileira?

Foi na constituição de 1946 que uma comissão de especialistas chegaram a conclusão de que a língua falada no Brasil é a Língua Portuguesa. Definindo assim oficialmente o nome da língua oficial do Brasil.

Se a questão da língua oficial do Brasil pode parecer para a maior parte da sociedade brasileira como algo natural, ela traz problemas muito específicos para povos e grupos sociais que praticam línguas diferentes no Território brasileiro. Neste caso estão fundamentalmente os povos indígenas que praticam ainda mais de 150 línguas indígenas diferentes.

(Diego)

Relações de linguas

A História do Brasil é uma história do processo de colonização européia desencadeado no início do século XVI. Foi no movimento das grandes navegações do final do século XV. A partir de então houve a pratica da língua portuguesa como língua o império, as línguas indígenas já faladas e as línguas de outros “invasores” Europeus como França e Holanda. Assim a relação entre as línguas no Brasil foi desde então um convívio que é preciso entender e não só descrever.

Para a Lingüística Comparada o que é necessário explicar nas relações entre línguas são suas relações de parentesco. Por isso esse modo lingüístico de estudo europeu não se adéqua a situação brasileira, pois as línguas existentes (português e línguas indígenas) aqui, e que tem um tipo de convívio organizado em torno do fato de que o Português é a língua nacional, não possuíam grau de parentesco. E importante é estudar a relação de todas as línguas entre si, mas muito especificamente das línguas com o português como língua oficial do Estado, com todas conseqüências que isto traz. Por exemplo, o ensino se dá na língua do Estado (o Português), os livros são publicados também nesta língua, a imprensa é nesta língua, etc.

O que interessa, então, no quadro das línguas do Brasil são as relações que elas têm enquanto relações históricas e políticas. E deste modo, em que medida certas línguas acabam por desaparecer como resultado destas relações de forças, de poder? A questão é saber como esta divisão que relaciona línguas e falantes se constitui e que conseqüências históricas e lingüísticas trazem.

(Raiza)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

:)(:

Assopra meus sorrisos pra ver se eles seguem o vento
e se alguém triste sente na pele como é bom o amor
Que eu sopro os teus pro outro lado do mundo
E depois de derramarem esperança em corações
Eles se encontrarão num outro beijo no Japão
Mas enquanto isso, nós dois juntinhos por aqui
Continuamos um admirável mundo todo novo

sexta-feira, 7 de maio de 2010

All Mine

Olhos, mel
Me voltam o tempo...
Que gosto de infância!
Que gosto de céu,
Que gosto de inferno
Desesperados
Ardendo divinos
Teus beijos em mim

All the stars may shine bright
All the clouds may be white
But when you smile
Oh how i feel so good
That i can hardly wait
To hold you
Enfold you
Never enough
Render your heart to me
All mine, you have to be
From that cloud, number nine
Danger starts the sharp incline
And such sad regrets
Oh as those starry skies
As they swiftly fall
Make no mistake, You shan't escape
Tethered and tied
There's nowhere to hide from me
All mine, you have to be
So don't resist
We shall exist
Until the day
Until the day, i die
All mine
You have to be


Portishead

Exatamente

"Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes; minhas dores de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada; briguenta de tô de mal pra sempre; durmo treze horas seguidas; meus amigos são semi-irmãos; meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos!"

(Clarice Lispector )

quarta-feira, 5 de maio de 2010

HAICAI (velho) "Poesia"

Do teu lado, vejo a solidão
se recolher com um sorriso
de quem finalmente poderá descansar

Para viver um grande amor


...É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor...


Vinicius de Moraes

Ensaio sobre Leitura

Introdução

Objetiva-se neste ensaio apresentar alguns dos problemas presentes na sociedade brasileira no âmbito da leitura e propor possíveis soluções dentro da sala de aula.
É necessário que a escola forme leitores mais críticos e conscientes e deixe de lado a visão de que a leitura é apenas o ato de decodificar signos. Inserindo na vida de seus alunos o hábito da leitura e o gosto por ela.

No Brasil o costume de ler nunca foi praticado de forma presente culturalmente. Como foi um país descoberto no século XVI, a princípio não haviam pessoas nem ao menos falantes do português, quanto mais alfabetizadas. Durante todo esse processo de evolução, na conquista dos portugueses, eram poucos que sabiam ler. Ainda há no país um número considerado alto pelo índice mundial em analfabetos. Quando o país começa a se alfabetizar, já está perto da época do surgimento do rádio.

A partir de então o costume foi voltado sempre para a evolução dessas máquinas que facilitam a "leitura" ou mesmo a imaginação que seria impossível não ser usada durante o ato de ler. O rádio, o cinema e, depois a televisão que prejudicou altamente o número de leitores interessados. A leitura nunca foi um momento de lazer para os brasileiros. Portanto, o Brasil não tem a cultura presente da leitura desde seu início até os dias de hoje.

Trocar a televisão por um livro, traria benefícios a todos, mesmo que sendo trocada poucas vezes. Através de um livro você estimulará sua imaginação, e vai melhorar sua gramáticas e além de tudo mergulhar em histórias instigantes, passear por países onde nunca pisou, conhecer pessoas inimagináveis, imaginar paixões, conflitos, sentir medo, sentir. Escrever é descrever o sentir. Ler pode se tornar o sentir se o leitor acabar se entregando a um novo mundo de todo aquelo universo estranho que está dentro de tantas páginas.


Conquistando Novos Leitores

"Ler sem raciocinar é como preencher um cheque sem saber quanto se tem no banco."

A alienação é fácil e os jovens no Brasil se sentem menos incomodados quando se encontram nesse estado. Assim podem fazer qualquer besteira ou não fazer nada, sem ter a menor consciência do que está acontecendo a sua volta e o que aquele ato ou não ato pode estar prejudicando seu país. O atual presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, semi-analfabeto, disse "A juventude não gosta de política, mas os políticos adoram. Por isso é que eles mandam e desmandam há séculos." Isso torna a vida desses não leitores mais "cômoda" pois se lessem possivelmente iriam querer participar ativamente como cidadão.

Uma pesquisa para avaliar se os leitores do ensino fundamental de vários países entendiam o que estavam lendo, revelou o Brasil como o pior classificado de todos. O escritor e professor, Ulisses Tavares numa reportagem chamada "Por que o jovem NÃO deve ler" editada pela revista "discutindo LITERATURA" cita cinco motivos possíveis por que o jovem não lê. O primeiro é "Se ler, vai querer participar como cidadão dos destinos do país." que já fôra citado acima. O segundo: "Se ler, vai saber que estão mentindo e matando um monte de jovens todos os dias em todos os lugares do Brasil impunemente." e sem essa informação tem mais facilidade de cair na tremenda cilada que é acreditar que é bacana mentir e matar.

Os que ao menos não caírem nessa história, também não vão poder tentar entender o que está acontecendo neste lugar onde ladrões, corruptos, prostitutas e ignorantes aparecem na mídia, se não se tornarem leitores. "Se ler, vai poder comparar opiniões, acontecimentos, impressões e emoções e acabar descobrindo que sua vida andava meio torta, meio gado feliz." E se lesse talvez acabasse finalmente consciente, com uma visão mais ampla, e "...ficar mais humano e, horror dos horrores, é até capaz de sentir vontade de se engajar num trabalho comunitário, voluntário e parar de ser egoísta."

Essa leitura, por exemplo, poderia despertar-lhes algum sentimento de susto ou até de culpa mas o problema é que a falta de paixão pela leitura ou ao menos o costume de ler, quase sempre não surge neste ponto. É dentro da sala de aula quando está se aprendendo que encontra-se falhas.

Professores, para que haja disciplina em sala de aula, as vezes podem acabar reprimindo a vontade e necessidade de seus alunos de expressar sentimentos perante leituras. É preciso que se sintam a vontade para opinar e expressar suas idéias para que se tornem leitores críticos. Além do que, a interpretação de texto na escola, é feita de forma mecânica, e faz com que o aluno acredite que existe apenas uma possibilidade de interpretação para aquele texto que com certeza não era completamente similar a sua. Como já sabemos, a literatura não é uma matéria exata.

"... ao aluno leitor não é dada a chance de propor outras interpretações possíveis ao documento escrito. Elimina-se a etapa reflexiva da leitura, fazendo com que o leitor se enquadre na interpretação fornecida, pronta e ‘certa’..." (SILVA, 1988, p. 101)

E, reforçando essa idéia, Bakhtin (apud: Luzia de Maria, 2002, p. 33) diz que: “Não é a atividade mental que organiza a expressão, mas é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

O aluno precisa se comunicar em sala de aula, não só para que possa organizar e expressar suas idéias mas também para que aprenda a respeitar as opiniões de seus colegas.

"O que se deve privilegiar em sala de aula, então, é o processo de interações verbal deflagrado por situações de leitura que permitam a identificação dos leitores, como interlocutores. A troca de opiniões entre os alunos instaura o espaço da discursividade que proporciona o confronto entre autor e leitores." (Rangel, 2005, p. 48)

"De posse do conhecimento dos mecanismos discursivos, o aluno terá acesso não apenas a possibilidade de ler como o professor lê. Mais do que isso, ele terá acesso ao processo da leitura em aberto. E, ao invés de vítima, ele poderá usufruir a indeterminação, colocando-se como sujeito de sua leitura." (Orlandi, 1999, p. 59)

No momento que está se trabalhando com o aluno, é preciso sensibilidade por parte do professor. Qualquer atitude indevida pode refletir no futuro de seus alunos e influenciar por onde irão continuar seus caminhos. O prazer que a leitura pode causar é fundamental para que não se afastem dos livros. É por isso que muitas vezes o que se esperava que acontecesse durante esse processo tem ocorrido de forma totalmente contrária.

Seja a leitura qual for, o leitor nasce lendo o que é de seu interesse e assim se constrói uma vontade incessante pelo buscar nos livros, jornais, revistas e até internet, o seu modo de ver e aprender. No processo de iniciação não é de extrema importância o que é lido e o número de livros que o aluno leu, ao contrário do que se vê nas escolas com uma programação e lista de livros obrigatórios para que o aluno cumpra no ano letivo. Depois de mais familiarizado, o novo leitor poderá encarar com muita mais facilidade outros livros, como os clássicos da literatura e entender o que ali está escrito e não aprender apenas a decodificar signos.

Também deve ser lembrado que o tempo de aprendizagem necessário de alunos de classes sociais menos privilegiadas deve sempre ser respeitado por seus professores. Lembrando que possivelmente esses possam não ter tido acesso a livros, computador, nem ter convivido com pais alfabetizados.

Uma criança com todos esses artifícios terá mais chances de se desenvolver uma boa leitora do que aquele com menos condições ou condições mais precárias.

A partir de um enfoque mais crítico e do fracasso do Estado, que tinha como objetivo democratizar as escolas, os educadores passaram a encarar a escola como instrumento de reprodução e manutenção das desigualdades sociais, afundando nessa desesperança de que por meio da educação nada poderia ser transformado mas apenas conservado. Além do que há ainda 7 milhões de crianças com idade escolar no Brasil sem vagas.

"O pessimismo pedagógico abateu-se sobre os educadores, esvaziando nosso papel enquanto agentes de mudanças, destinando-nos ao imobilizismo, a perplexidade. No entanto, numa percepção atual mais viva da sociedade e da história, numa perspectiva mais consciente do movimento dinâmico e dialético da realidade social, procuramos nos orientar por um realismo pedagógico que, resgatando o papel da escola e da educação, leva em consideração seus limites e, portanto, suas possíveis contribuições a uma sociedade que se pretende mudar." (Kramer, p. 96)

Utilizar não apenas de tarefas escolares mas também de teatros, grêmios, concursos, produções de jornais, jogos, entrevistas e outras práticas reais de leitura poderia ajudar muito na conquista de novos amantes dos livros, influenciando os alunos positivamente. O trabalho de grupo ensina a ouvir. Dar liberdade para que os alunos escolham seu modo de apresentar trabalhos, sempre é bom. Os obriga entender o que estão lendo e procurar uma maneira fácil e que seja do gosto deles. Os alunos prestam mais atenção quando são seus próprios colegas que estão interessados no assunto. Se for conquistado um, talvez esse mesmo acabe conquistando mais alguns. O educador precisa saber usufruir dessas motivações.

"O pretexto da leitura querida, escolhida, procurada, conquistada é o da liberdade, o subtexto da leitura-obrigatória é a obediência. Entre uma e outra, múltiplas formas de ação e criação de leitura.


Considerações Finais
Dar liberdade para a escolha do que causa a sensação de liberdade, os livros, conquista e faz novos leitores ativos, e futuramente conscientes e críticos. O educador precisa conhecer seus alunos e tentar entendê-los da melhor maneira possível neste processo de aprendizegem e formação, por algo que poderá fazer tanta diferença na vida de seus alunos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Resenha sobre o documentário "Língua: Vidas em Português"

Dirigido por Victor Lopes, filmado em 2001, "Língua - Vidas em Português" é um documentário filmado em seis países. Poderia se dizer que esses países são completamente diferentes um dos outros se eles não fossem ligados pela língua portuguesa.

Mesmo assim na Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe • Timor-Leste a comunicação seria um tanto complicada entre os falantes do Português. A geografia linguística explica que dentro de um mesmo país ocorrem tantas variações da língua que as vezes pode ser difícil, por exemplo, para um brasileiro paranaense compreender o que um brasileiro alagoense está lhe dizendo. Imagine então dentro dessa imensidão de culturas variadas. Depois de reinventado tantas vezes "o português ficou sem dono" diz um dos personagens.

Hoje o português é falado por aproximadamente duzentas milhões de pessoas, sendo uma das línguas mais utilizadas no mundo. E mesmo quando deixa de ser utilizada por alguns que resolvem partir para outros lugares que não fazem parte da lusofonia, ele continua no pensamento de quem tem o português como língua materna. "O que faz a memória é a palavra." diz Martinho da Vila. Um dos outros personagens conta, no decorrer de uma das histórias, que depois de muitos anos sem poder praticá-lo, ainda pensa em português. Lembra dos nomes das imagens como aprendeu primeiramente a nomeá-las, pela sua língua materna, em que lhe ensinaram como se chamavam todas as coisas que tem na memória desde pequeno.

No filme são entrevistadas pessoas ilustres como o escritor português José Saramago e o cantor e compositor brasileiro Martinho da Vila. Mostra também a vida cotidiana de seus personagens anônimos e revela traços da cultura de cada um dos países visitados.

"Se a língua não evoluísse ainda falariamos latim". O português com sua longa história de colonização e de imigrantes foi inúmeras vezes reinventado. Saramago então chega a conclusão "Não há a língua portuguesa, há línguas em português".

domingo, 25 de abril de 2010

Ça commence avec toi!


Chico está em falta aqui em casa e por isso palavras tão fracas. Estou cheia de Clarice, não no mau sentido porque dela não sei como entediar. Mas confesso que me sinto ansiosa por novas páginas dele que me façam completar novos sonhos ou contar velhas mágoas. Porque só ela me soube mas só ele me obriga inventar direito. Percebi que muitos de meus maiores amores começam com a letra C. Derramo leite sobre a espera pela a hora de Cecília, minha estrela. Vi algumas vezes com os olhos de Cass, a mulher mais linda da cidade que via beleza no que era feio mas Charles nunca me inspirou nada além da vontade de continuar lendo. Eu nunca quis ter prostitutas nem dormir com ratos. Eu não sou fã de whisky, prefiro cerveja mas antes dela escolho coca-cola, claro. Cerveja bem gelada como todo bom brasileiro morto de calor. Muito antes do meu primeiro gole, do meu primeiro beijo, com três anos eu cantava Cateano que diz a música norte americana ser a melhor de todas. Discordo dele e digo que seguido de Novos Baianos ele vem caminhando contra o vento do sopro americanizado no ouvido de todos, na minha lista de tops do mundo da música. É, ele vem mesmo agora que talvez exista um último gole. Quero estar super sã para ver minha vida andando com pressa e com muito menos tropeços que nesses dezenove anos passados. Mesmo que me pareça passos de recém-nascida. Agora repito na minha cabeça uma frase de música que explicaria melhor já que quando me falta Chico, me faltam as palavras perfeitas de mim. Então o único emo que sobrou dessa fase, First Day Of My Life do Bright Eyes canta o que eu gostaria de ter contado agora. Meu coração tem nome de poeta e parece que Ele finalmente foi justo comigo. Só pra ele não se sentir esquecido como sempre, o Charlie Brown e a menininha ruiva servem de imagem ilustrativa hoje.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ilumina

Estremeço
Quase que não aguento
Morro de sorrir
e rio atoa

Respiro
Guardo teu perfume
Sou muito mulher
Sou criança

Te respiro
Me estremece
Quase como teus olhos
Brilhando mel doce

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pulsações

"... Para começo de conversa, afianço que só se vive, vida mesmo, quando se aprende que até a mentira é verdade. Recuso-me a dar provas. Mas se alguém insistir muito em "porquês", digo: a mentira nasce em quem a cria e passa a fazer existirem novas mentiras de novas verdades.
Uma palavra é mentira da outra.
Quero exigentemente que acreditem em mim.
Quero que acreditem em mim até quando minto.
" (pág. 87)


"Obcecado pelo desejo de ser feliz perdi minha vida." (pág. 88)

"Eu não conto a ninguém que estou viva." (pág. 89)

"Me aconchego em viver da imaginação." (pág. 90)


("Um Sopro de Vida - Pulsações" - LISPECTOR, Clarice)

sábado, 10 de abril de 2010

L.



Liz says:
ai quanto mosquito, Léo
queria acender um cigarro
e cantar vagabundo não é fácil

Léo says:
Cantar mulher bonita também não!
hoihoihohoihiooihiohihohiohioh

Liz says:
aoehuaoehaueohaueahueoahueoaheuoae


*Feliz aniversário, doidão!
Foz te aguarda ansiosa, maior.
Abraço forte. ADORO!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Língua

Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala Mangueira! Fala!

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?

Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E – xeque-mate – explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé

Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?

Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
(– Será que ele está no Pão de Açúcar?
– Tá craude brô
– Você e tu
– Lhe amo
– Qué queu te faço, nego?
– Bote ligeiro!
– Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
– Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
– I like to spend some time in Mozambique
– Arigatô, arigatô!)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem.

Caetano Veloso

(música escolhida para aula de Lírica)

quinta-feira, 25 de março de 2010

T.

As besteira de Tânia eram bem mais amáveis. Além do que, ter respeito aos próprios ouvidos é sim, sempre apaixonante.

Ela me deu um tapa de cabelo na pista de dança, eu sorri tímida. Senti o sangue do arranhão na batata da perna escorrer e quando virei o vi desesperado pra que toda a multidão desaparecesse antes que o sangue secasse. E todo aquele movimento era feito como um teatro. Por ela, por ele e principalmente por mim. Nós dois em nossa casa, passavamos horas tentando chegar a um porquê nunca conseguiamos no meio do ato perguntar aquela mulher que tanto nos compreendia, o seu simples nome. A nomeamos Tânia. Ela sumiu depois de tantos encontros inesperados e de tanta ligação entre nós. Nunca mais pudemos nem lhe perguntar sequer a cor do seu esmalte. Criamos aquela mulher, a qual só havia nos doado a imagem. Tinha os ombros estreitos, cabelos negros completamente repicados e olhos que apareciam em qualquer foto extremamente vermelhos. Não tinhamos a cor dos olhos de Tânia, nossa coelha. Tanto era coelha que sabia fugir de nós com tanta leveza e medo, desaparecia na troca da música. A primeira vez que a vimos foi em um desses bares com música ao vivo e ali pra sempre foi nosso local de encontro as quintas. O resto da semana a encontravamos em casa. Nos corredores, subindo pelas paredes, plantando flores, lambendo açucar até enjoar e trocar pelo sal, cantando sempre. Repetia por semanas a mesma música, e de repente cantava umas três e escolhia entre essas qual seria a escolhida pras próximas semanas.

...

segunda-feira, 22 de março de 2010

ça commence avec toi!

Se acontecer citarei Piaf
Ah, eu juro
Já não tenho motivos pra não fazê-lo

terça-feira, 16 de março de 2010

Parece às vezes se esquecer

Não cometo pecados pra ter que me esconder nesse inferno que você reserva lugar sempre pra mim-

...que eu cansei da nossa fuga. Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas não ter o seu lugar.

Talvez já fosse melhor:
Tenha dó, não mereces o afago nem de Deus nem do Diabo, quanto mais da mão que um dia eu dei pra ti...


Talvez até um tanto quanto atrasado.

terça-feira, 9 de março de 2010

Trem Das Cores


A franja na encosta
Cor de laranja
Capim rosa chá
O mel desses olhos luz
Mel de cor ímpar
O ouro ainda não bem verde da serra
A prata do trem
A lua e a estrela
Anel de turquesa
Os átomos todos dançam
Madruga
Reluz neblina
Crianças cor de romã
Entram no vagão
O oliva da nuvem chumbo
Ficando
Pra trás da manhã
E a seda azul do papel
Que envolve a maçã
As casas tão verde e rosa
Que vão passando ao nos ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom de azul
Quase inexistente, azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar
Teu cabelo preto
Explícito objeto
Castanhos lábios
Ou pra ser exato
Lábios cor de açaí
E aqui, trem das cores
Sábios projetos:
Tocar na central
E o céu de um azul
Celeste celestial

Caetano

Volta, Amor, que eu te preciso

Saudade de quando existia algo explodindo meu peito.
Saudade de como era impossível não me apaixonar.
Saudade dos meus verdadeiros amores platônicos.
Saudade dos amores concretos, agora finalizados.
Saudade de senti-los.
Saudade não de você ou dele ou daquela lá.
Saudade do amor que me fazia levantar.
Saudade da ânsia do encontro.
Saudade do vazio da despedida.
Saudade dos beijos apaixonados.
Saudade de trocar mil vezes de roupa pra conquistá-lo de novo.
Saudade de arrancar nossas vestes desesperadamente.
Saudade de chamar o único abraço que me confortaria.
Saudade de doar meu colo.
Saudade de chorar de saudades em viagens.
Saudade dos nossos planos de pra sempre se amar.
Saudade de amar.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Outubro

Ele acordou tendo certeza mais um dia que ontem foi tudo verdade. Esqueceu o sonho, sendo os pensamentos depressa inundados pelas conclusões da briga da noite passada, que tomou sozinho já em casa. Desabaram as palpebras, sentiu o sol dentro dos olhos, ardendo. Procurou esperança num copo de Coca-cola, parara de beber. Tragava o cigarro com força pra ver se estragava a garganta cansada de calar e calava só mais um dia. Depois passava a vontade berrante de gritar porque tudo nessa vida passa. As vezes devagar, quase parando. Diferente dos pensamentos que vinham grudados, um atado ao outro. Pensava como seria bom se no caminho pro trabalho de repente um carro batesse no seu. Claro que ele imaginava como fazer pra que o outro motorista fosse desprevido de culpa e pudesse continuar vivendo sua vida em paz, como todo outro ser humano menos ele vivia. Sabia que não prestaria nem pra tentar se matar, então resistia a vontade de sentir dó de seus pulsos também. Passou a vida tentando satisfazer mulheres. Sua mãe, suas mulheres, suas filhas, professoras, chefes. As imaginava vivendo sem ele, e como todo morto finalmente seria contado ao mundo, pelo menos por algumas horas depois do susto da morte, como um bom sujeito. Antes de eternamente esquecido, como seria. Será que nem assim receberia palavras de honra? Contava as calorias pra emagrecer. Precisava estar magro quando morresse. A última coisa que perdemos a esperança é nas dietas incompletas, dizia aos colegas alegres que insistiam em saber porque um semi-morto gostaria de parecer uma modelo. Ele adorava a palavra natimorto. Voltava a pensar na gordura. Ninguém triste que conhecia era gordo. Ninguém iria perceber sua tristeza se continuasse gordo, ninguém o ajudaria. Não acharia outra mulher pra tentar mais uma vez fazer feliz. Lembrava-se de sua primeira mulher dizendo que se tivesse o conhecido daquele jeito nem teria o notado, com certeza. Será que seria bom escrever sobre isso e colar na porta da geladeira com letras grandes? As pernas dela o atormentava, a lembrança do barulho dos saltos chegando, e sendo deixados no meio da sala pra que ela corresse sem dor até seu colo. Com dor seria mais gostoso, algumas vezes. Assim ela não precisaria descer do salto pra se encontrar com ele. Comia paranóias de manhã.

shit

Que falta do tesão que me dava nas palavras carinhosas que contavam eu antes de virar em nada.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Piiiiiiiiiiiiiii, pronto, seu passado foi apagado. Agora isso também.
Obrigada pela confiança, volte sempre.

Lembrar: Nunca ser amiga de ex-namorados. Nunca. Prefira eles mortos, como todo mundo.

Pois é

Me parece que ela te escreve dadaísmo tantas vezes

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Não coma a vida de garfo e faca. Lambuze-se. (Mário Quintana)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Inferno



Acabam-se discursos e palavrões
Um cansaço invade cordas vocais
Mas eu sei que concordam
do desamor e do amor pelo feio

Pela ponta aguda que me atrai
Jogo sal, faço sempre amor
Faço sem pensar
Que o presente é fato
E o agora foi pro espaço

Vão embora sem se despedir
Sem aviso, perfumados
Vão cansados.
Negam braços quentes
Nego abraços frios, melhor
E melhor

Tenho sede demais pra saciar
E no meu peito calaste o cantar
Pra escorrer a dor
Abra os olhos a força
de quem sempre prefere estar
Sonhando
Arranca a beleza dos castanhos
Mata de uma vez o passáro
Não quebra as asas pra não voar
Não vê a beleza em calar

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

é que bem no fundo e bem no razo também ainda te quero tão bem

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Reza

Mas sempre fiz o que me veio
me pulsou, me seduziu, me tocou

Meu coração quer me matar
Ganhei um instrumento
Tenho feito de tudo pra continuar aqui
Lutando, eu e eu
Dentro de um cubiculo de metro e meio
Tô exausta, quero um apagão e não chuva

Deus, faça o favor?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

0

Gozaria inúmeras vezes se sentisse essa dor que tive hoje. Me arrastaram pelos cabelos, como fazem nos carnavais da Bahia, com diferente proposito. Eu pensei em você. Pensei que gostaria de estar em meu lugar. E que se eu estivesse no seu, certamente estaria menos vermelha.

Eu andei sangrando por dentro, sentindo esse calor terrível, atrás de qualquer coisa que pudesse me tirar um leve suspiro. Apaguei um cigarro em minha pele, ou ao menos era o que eu tinha em mente, mas ele não apagou, caiu. Quis cair junto, ser menor que ele, esperar deitada seguindo o vento, grudar embaixo de qualquer sola de sapato. Já torta, rasgada, ser jogada no lixo para a eternidade.

Se eu fosse mesmo uma bituca, preferia que me transformassem em uma flor pra ser guardada no bolso da camisa de alguém lindo como você. Mas eu seria um cigarro vermelho antes de chegar ao seu peito, daqueles gostosos argentinos. Mas se eu ainda estivesse acesa, daria um jeito de queimar sua língua e sentir mais uma vez seu momento de glória no mundo, tão distante e inatingível agora.

Mas se eu continuar sendo eu, abraço meu travesseiro, ligo o ar condicionado, sonho contigo. Na manhã seguinte, tranco os dois acessos pro meu quarto, e gozo. Fumo um cigarro na janela, aberta bem de leve, e recomeço minha vida do zero.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Fazendo disso aqui diário (Parte III)

7 dias em Buenos Aires, sem nenhum espanhol na língua. Tivemos sorte nos dois primeiros dias, porque? O cara do hostel que nos atendeu, deixou que ficassemos em um quarto com banheiro, sem que nos contasse que a despesa sairia mais cara. Na verdade era o que tinhamos reservado. Tirando que depois dos dois primeiros dias terem sido uma merda o hostel, tudo foi bem bonito. A localização era boa. A primeira vez que andamos de subte, tivemos um teatro inesperado dentro dele, que achavamos ser uma briga. O sal realmente sai do saleiro, mais até do que devia, em todos os lugares. A Stella Artois custa 5,50 pesos no mercado, que hoje está custando 48 centavos de real o peso. Então isso daria mais ou menos 2,75! O litro! é... o litro. Nós compramos um vinho mas não era bom. Vimos focas, castores, elefantes, quase pandas rojos, e cangurus. Tudo no zoo, claro. Mas sério o melhor possível, acredito. Tinha até urso polar coitado. Eu morrendo de calor, imagine ele, engasgado num pequenino espaço de sombra que nem lhe cobria o corpo todo. Dançamos tango, tá isso é brincadeira. Só tiramos fotos com os dançarinos. Comemos mais do que nunca e engordamos 10 kgs cada um (exagero). Comi um mousse sexta com gosto de céu, e Fernando comeu pra caramba toda a comida salgada que já me cansara. Achamos um gibi maravilhoso, chamado Macanudo. Comprei um Sade em espanhol. Aprendi muito da língua. Bom, é pelo menos o que eu e a fofa achamos, porque só conversavamos entre nós, ninguém que realmente soubesse a língua podia ouvir o que falavamos. Então deixa a gente pelo menos perder o medo. Fomos no MALBA, na frente do planetário, em milhares de bares cafés restaurantes, que acompanhavam a cerveja sempre alguns amendoins. O Mc não é bom, nem as massas. Vimos milhares de homens bonitos. Vimos milhares de mulheres bonitas de costas. Obelisco, Tango, La Boca, Palermo, Recoleta, Centro. Fizemos tudo, confesso que fizemos quase tudo errado mas mesmo assim foi muito muito bom.
(Se o Fefo lembrar de algo que eu não tenha lembrado, me avise pra que eu coloque pra poder lembrar quando ler aqui, ok?)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Salvador


dalí ou daqui mesmo? haha.

10

Quero rir milhares de vezes com o corpo todo
Quero aprender o que escolhi
Quero os abraços que amo pertinho dos meus carinhos
Quero que todas minhas calças fiquem largas
Quero continuar vendo amor nas coisas que ainda vejo amor
Quero fazer risadas gostosas nos rostos de quem quero bem
Quero me apaixonar por algo/alguém que eu ainda não conheço
Quero música pro mundo, cores e sexo também, paz
Quero conseguir ser criança de vez em quando
Quero sentir intensamente tudo

(pro mundo, me inclui. que fique bem claro, tão claro que escrevo em branco)
*Flor Flox, representa harmonia.

Já Era

Tive vontade de ligar mas não liguei. Porque tenho aprendido a socos da vida que por mais que a gente vá morrer em alguns anos, o melhor é o silêncio. Morrer em alguns anos me traz a obscura sensação de que nada do que vivo hoje vale o que deveria. Mas mesmo assim, me escondo e não faço o que quero, logo, faço o que não quero, me escondo. Por proteção. Mesmo que essa proteção até antes de eu morrer já não vá mais ter feito diferença no meu peito. Na verdade, eu não sei de onde essa vontade. Eu não sinto saudade, nem quero voltar atrás. Apenas encostei a cabeça ao lado do telefone sobre meus braços cruzados e tive pensamentos toscos, só por desculpa pra ligar. Levantei a cabeça após alguns minutos e disse em voz alta mesmo, "cala a merda da boca, pensamento estúpido". Sabe o que eu acho? Que eu tô a fim de sentir. Porque desde então que não sinto nada. E esse vazio imenso que me toma a alma toda, me tortura. Eu prefiro sorrir, mas antes do nada eu prefiro chorar. E eu queria ver se consigo. Chorar por alguma coisa, ver se sinto algo, se o mundo me doa algum sentimento, mesmo que o mais pobre. Me conformo sabendo que se eu fizesse minha vontade também não faria diferença, porque de um jeito ou de outro, daqui alguns anos, ou mesmo hoje, daqui algumas horas, eu posso estar morta e aí é que eu não faço a mínima idéia do que vem pela frente, ou se ao menos vem. Espero que possamos esquecer de tudo, porque arrependimento de não ter feito é o pior de todos. E aposto que nem 1% da humanidade vai morrer eternamente feliz. Isso pra mim já é o inferno. Mas tudo bem, a vida não é para todos.

"Respeito muito minhas lágrimas mas ainda mais minha risada." Caetano Veloso