terça-feira, 31 de julho de 2012

Fica pra próxima

O céu secava o sonho
dos minutos de chuva
A falta partia a terra
Pela terra partia-se logo
com a cravada esperança
que da terra partia cedo
Na terra a vida plantava
a carne marcada pelo sol
O suor atrasava a lágrima
que não podia curar o calo
O coração repetia terra-te...
Terra-te... Terra-te...
A cabeça ecoava a música
Os olhos focavam a vida
mas a fome comia o dia
e a vida matava o homem
que esquecia de olhar o céu que
prometia pra próxima a filosofia

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Pilar, o pilar de José.


O encontro entre José Saramago e Pilar Del Río fora essencial para a vida e ascendência do primeiro autor em língua portuguesa a ganhar um prêmio Nobel. Era tão perceptível a pureza desta união que portugueses decidiram eternizá-la em duas ruas que se cruzam, uma chamada “José Saramago” e outra “Pilar Del Río”.

A história deste casal mais uma vez fora eternizada pelo filme de Miguel Gonçalves Mendes, o qual esteve durante quatro anos acompanhando-os para a realização da filmagem. Nos 125 minutos do filme “José e Pilar” fica explícito a intensidade do companheirismo e amor que existira entre o escritor e a jornalista.

Neste período Saramago teve problemas de saúde, e apesar de demonstrar medo por não conseguir terminar sua última obra “A Viagem do Elefante”, a qual felizmente concluiu, parecia às vezes sem forças para continuar, mas Pilar enfrentava com ele seus medos e com seu pulso firme dava-lhe motivos para levantar a cabeça e seguir com seu trabalho. O objetivo da não desistência era mútuo entre os dois, tentar melhorar o mundo através da literatura.

Pilar Del Río demonstra diversas vezes sua intelectualidade, que não poderia faltar na mulher que um dos maiores pensadores do século XXI destinou-se a amar com tamanha fervorozidade. Saramago não pensava duas vezes antes de dividir esse amor com o resto do mundo. A agradecia em frente à todos por sua dedicação, e também por ter tornado sua vida mais fácil de ser levada.

No lançamento de “A Viagem do Elefante” em 2010, que ocorreu na cidade de São Paulo no Brasil, Saramago diz que sem Pilar não teria sobrevivido ao câncer e então não teria conquistado mais uma obra finalizada.

O filme mostra um lado até então não tão conhecido de Saramago, talvez o “José”, deixando um pouco de lado sua vida de escritor, e dando ênfase à intimidade e ao maior romance vivido por ele. História que não é de se jogar fora, pois fora grandiosamente relevante para os caminhos que Saramago decidiu percorrer após conhecê-la.

Em 1986 os dois se conhecem, através de um pedido de Pilar por esse encontro, após ter lido todas as obras de Saramago publicadas em espanhol. Pilar era muito mais jovem que Saramago, tinham 38 anos de diferença, mas isso não foi empedimento para os dois, sendo que as duas mentes quando encontraram-se rejuvenesceram. Pilar tornou-se tradutora do português para o espanhol das próximas obras realizadas, e depois de dois anos desse primeiro encontro casaram-se.

Em uma parte do filme José Saramago diz “Eu tenho idéias para romances, e ela tem idéias para a vida, e eu não sei o que é mais importante.” O importante é que as duas idéias uniram-se e deram tudo de si para fazer o melhor possível de todo esse amor indiscutível.

domingo, 29 de julho de 2012

Simone, Sartre, Che.

Momento de me redimir a querer ter sido em outra vida uma mosquinha ali.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O medo só serve para dar razão à coragem, portanto se necessitam.

Vírgula e Reticências

Tirei o peso das costas, e me sentei ali vazio. Abri meu livro. Li umas quantas vezes "Conhecemos um homem pelo seu riso", e lembrei em cada uma dessas vezes de uns tantos risos. Olhei as pessoas em volta, todas esperando, fosse alguém, fosse que as rodas do ônibus começassem afinal a rodar, fosse a vida, fosse a notícia, ou fosse a morte. Nenhum riso. Esvaziei os pulmões num longo suspiro.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Perfume

O ciúme sem porquê, é a abstinência do vício.