terça-feira, 29 de maio de 2012

Um Dia Desses

Teu miss you
É tão fraquinho
Perto da força
da minha saudade

Se eu soubesse
Teria sorrido jamais
Ai, Se eu voltasse
Teria sorrido bem mais

Eu... se eu pudesse
Voltaria a sorrir
Será, se eu contasse
Te convenceria a vir


Se eu quisesse
Eu te esqueceria
Mas e se eu fosse
Quando eu voltaria

Se eu aceitasse
A condição de viver
Talvez se, eu seria
Bem quieta a sofrer

Se um tanto esperasse
Eu te surpreenderia
E se quando eu chegasse,
quem dera... te amaria

Tom & Vinicius

I know and you know, seeing that life wanned this way That nothing in this world will take you from me I know and you know that the distance doesn´t exist That every big love Only is really big if is sad That´s why, my love Don´t be afraid to suffer That every paths refer me to you As well as the ocean It´s only beautiful with the moonlight As well as the song Only has a reason if it´s sing As well as one cloud Only happens if it rains As well as the poet Is only great if suffers As well as to live Without loving isn´t to live Doesn´t has you without me And I don´t exist without you
Translation of the song "Eu não existo sem você".

domingo, 27 de maio de 2012

Caminho

O gosto da novidade, as curiosidades, os contatos, o intercâmbio, a saudade. Pode ser um vício, mas o que pode ser mais gostoso do que a liberdade de um novo país? As fotos me trouxeram aquele sentimento que geralmente só a música consegue dar, o sentimento de nostalgia extrema. Quis voltar áquelas terras que você só sente o sol a noite, grudado na pele. O futuro que só pode ser um ponto de interrogação até a hora da próxima passagem. Eu amo principalmente o primeiro dia de uma viagem. É essa sensação que me volta, da noite que chegamos ao Uruguai e fomos à praia beber grapamiel, e tentar um espanhol ainda fraquinho. Do vento batendo na cara, e um mundo novo pela frente. Dividir risadas e impressões com uma velha amiga, guardar segredos. O que acontece onde formos, fica aonde formos, e na lembrança que instiga mais. As pessoas com as quais vivemos momentos incríveis, provavelmente inesquecíveis, e que nunca mais voltarão ao nosso encontro. Lembro de quando chegamos ao Chile, e naquele taxi até o hotel, não pisquei o olho, numa quase escuridão, sem trocar uma palavra com minha mãe, até porque seria desnecessário. Quem adivinharia o que eu iria pensar antes mesmo de pensar, senão ela? Mal pude ver qualquer coisa, mas era emocionante. E então no Rio de Janeiro, cidade que desde pequena quis tanto ver, e sempre me sobrou algum tipo de medo. Quantas vezes desisti, até chegar. Traduzo na memória as palavras em inglês que usei para tentar descrever minha felicidade do impulso ter tomado conta de nós, uma história de amor. Do caminho até a praia mais citada em músicas na história, das prostitutas, do medo da comentada violência, dos sambas, dos choros, das bossas que eu traduzia enquanto isso. Os papos intermináveis sobre o psicológico, enquanto o vinho nos enviava sensações para calarmos e nos deixarmos viver a alma. A vida passava lá fora, e acontecia dentro de um quarto, mas nem por isso, não era novidade, liberdade. São lembranças tão quentinhas. Não vejo a hora de embarcar. Conto os dias pra coragem me abraçar, o dinheiro chegar, e o tempo me permitir não tentar prevê-lo.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

El Orgullo

"El orgullo no es el opuesto de la vergüenza sino su fuente, la humildad pura es el único ántidoto para la vergüenza." Finalmente uma tradução para meu pensamento. Só não sei a fonte, a minha foi o facebook, e o google não respondeu.

Traduzir-se

Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir-se uma parte na outra parte - que é uma questão de vida ou morte - será arte? Ferreira Gullar

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Chá para Dois

Gritava, gritava a ponto de minha garganta falhar a melodia desafinada. Ria, ria incessantemente de minhas inaceitáveis verdades. Minhas mãos se contorciam, me matavam por parar a violência prestes de sair das próprias. Me curvo até a palma se estender no chão, meus pés estão se aguentando nas pontas, e as minhas pernas que nunca foram poupadas de olhares, enrijecidas. Minha cabeça sonhava um salto, mas se fixava cada vez mais na melhor metáfora para a realidade. Eu não sabia evitar o sonho do salto, nem que me espatifasse no chão, e que pudesse durar qualquer Etta James. Sempre fui a música, espalhada no ar, correndo aos ouvidos de quem presta ou não atenção, até que alguém me tocasse. No mesmo momento uma mão macia passara por meu ombro lentamente, foi aí que realmente cessei a gritaria. Se derramava por meu pescoço, e descia através de meu peito, em busca de meus seios que sabiam que seriam tocados, e por isso, meus olhos se viraram a eles para finalmente ver como era aquela mão. Era uma mão delicada demais, apesar da suavidez não esperei por tal aparência, e me virei como uma bailarina curvada para olhar nos olhos de quem me fazia querer levantar. Era um homem, mas só poderia ser um homem tão feminino para tamanha imediata compreensão do que eu necessitava. Me olhava fixamente, mas não como aqueles outros olhos ao redor, assustados. Me fitava como se pudesse prever minha naturalidade ao beijá-lo. Meus lábios tortos o tocaram alguns segundos antes de cair. Ouvi gritos, mas não me importava, os meus foram ouvidos, e eu só queria que ele caísse ao meu lado. Sua pequena mão me buscava de novo, para me levantar, como se o que eu precisasse fosse voltar ao mundo, eu o olhava novamente no meio deles. Mas nada pode estar mais vivo do que o chão, aquele que nos une, aquele que nos prende, que nos cansa, que nos oportuniza a dança, que nos come enfim, e eu em silêncio implorava pela sua femininidade, e ele em silêncio implorava que buscassemos privacidade. Meus ouvidos se encheram de lembrança, e eu cantarolava Jill Scott. Agarrei sua mão, e minhas mãos enquanto todas as veias possíveis transpareciam, esperavam por ajuda. Meu corpo todo se alinhava, para que nós dois unissemos nossos corpos loucos para se despir, no mais forte dos atos de sedução, a dança. Nos avisaram, interrompendo a música, que o disco em momento tão embaraçoso e talvez triste como o de meu desespero, minha alucinação de liberdade, havia sido por alguém que se achava caridoso, parado no ar. Ninguém mais ouvia que o som do vento que batia na janela, que nossos passos, meu salto, a respiração e o bater do coração dos pobres e diferentes reatores, faziam a música da vida. Fomos afinal aplaudidos, como se resolvessem um emocionante fim de filme, que seria melhor acreditar num teatro do que na loucura de uma mulher. Foi então que acordei, me curvei com leveza, dobrando meu braço direito à frente de minha cintura, levantando meus cílios ao topo para olhar o público careta. Ele levantou sua mãozinha pela atenção do garçom e no novo café da cidade, pediu: chá para dois, por favor.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Insônia

Insônia
é quando
os carneiros
cansam de pular,
você cansa
de contar,
e começa a fazer
ritmo dos pingos
que sobraram
do velho chuveiro.

Chirrimoya

Te traria uma ou mais boas memórias e fotografias, mas te trago incertezas. Sei que não é isso que se espera de uma mulher, mas não sei ser um porto seguro. Posso ser um porto. Posso ser uma andorinha. Não posso ser um porto. Posso ser um desses barcos aqui à frente, uma palavra em espanhol, sutil. Posso esconder entre essas faces desertas, a minha, saudosa. Se me machucam as pernas, os cerros, são para que o tempo me passe pelas veias e sinta cada instante passar se aproximando cada vez mais de ti. Eu quero ser uma andorinha. Posso voar hasta mañana, ser poeta, beber vinho. Quero repousar no meu carinhoso país, minha bandeira. Doar ao mar todo o corpo, me sentir só. Quero a liberdade. Acostumo as cicatrizes, mato a sede, penteio os cabelos, sinto falta de alguns colos. Ah, meus colos amados... Quem dera os pudesse levar à todos os lugares. Vou e volto. Gosto de sair, gosto de ficar, gosto de voltar, gosto de ficar. Sou uma andorinha só, com pés frios, mãos quentes e coração partido. Partindo sempre. Não sei viver por ontem nem por amanhã, e aqui não favorece em nada o agora. Quero carinho, Pablo, Vinícius, Clarice... Gosto do gosto de minhas lágrimas, de meus sorrisos, de meus gritos e dúvidas. Nunca procurei pela razão. Ter certeza não glorifica nada. Quando penso que encontrei o certo, me incolho, tenho medo. Necessito o que é humano demais, o que não se explica, o que Freud cansou de indagar. Peco, porque sou humana e não acredito em pecado, apesar de às vezes me tornar um. Adoro rir com o corpo todo. Eu casaria quantas vezes acreditasse. Não quero saber muito da poesia, quero vivê-la. Ainda bem que tem Chirrimoya, e os Andes do avião. (Valparaíso, Chile, carnaval 2012)

sábado, 5 de maio de 2012

O Sol se foi

Num ponto da imensidão
Logo abaixo da lua inteira
Duas estrelas pareciam paquerar.
De onde as vi, quando abri a janela
Estavam tão proximamente flertando
Que a lua, refletindo a luz do sol
Não me dizia nada além do indefinido,
Parecia o futuro brilhando.
Mas o que vi, depois de reparar
Foi que cada uma das duas estrelas
Iluminavam-se por conta própria.
-
E que talvez quisessem que uma nuvem as cobrisse
Mas que talvez escrevessem juntas uma história de amor
Sobre a Terra e a Lua
Ou ainda talvez implorassem à seus Deuses para ressucitar
Para que dançassem coladas com fim de matar saudades
-
Enquanto o sol ainda aquecia a noite
A terra ronrona sua música
A lua tentaria novamente, em vão
Desfocar o brilho das estrelas.
As estrelas que agora uma nuvem
Me esconde aos olhos,
E eu flerto a lua na imensidão.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Se seria, não sei

Se, eu correria pra te acenar só mais um vez. Você me olharia tão pequena, distante, e nunca mais tão próxima que pensaria em quebrar o vidro. Mas seria arriscado demais, quem sabe eu não estivesse mais lá. Doloroso demais, quem sabe a eternidade não fosse mesmo para nós. Romântico demais, quem sabe só sei amar em palavras. E nós não fazemos parte desse mundo. Nos casamos na realidade do fim. Lembro que amar é abrir mão, não das coisas que se ama, pra fazer feliz a quem se tem, mas sim pra deixar voar liberto a quem se ama. O amor independe de presença carnal. Até onde se pode explicar, o amor não se pode tocar. Até onde eu posso esperar, te vejo.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

É uma Viagem

Viajar! Perder países! Ser outro constantemente, Por a alma não ter raízes De viver de ver somente! Não pertencer nem a mim! Ir em frente, ir a seguir A ausência de ter um fim, E a ânsia de o conseguir! Viajar assim é viagem. Mas faço-o sem ter de meu Mais que o sonho da passagem. O resto é só terra e céu. Fernando Pessoa, 20-9-1933

terça-feira, 1 de maio de 2012

Riminhas da Saudade Já

Me preocupo com esse tempo que vai passar
E se um dia apenas, até lá, irá nos bastar
Me canso de sonhar, lembro do concreto
Olho nossas fotos, me apego ao objeto
Não me conte o tarô, o ascendente
és meu descendente
Da lua, do sol, daquelas estrelas
Somos fogo, juntos, sagitário

Oceano

Fazia do mar meu cobertor, meu travesseiro era a areia. Como sinto falta do som acolhedor das ondas, movendo-se como um berço imenso que compartilhamos todos.