quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Linha do Equador

Luz das estrelas
Laço do infinito
Gosto tanto dela assim
Rosa amarela
Voz de todo grito
Gosto tanto dela assim
Esse imenso, desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou, minha dor
Minha Linha do Equador
Esse imenso, desmedido amor
Vai além que seja o que for
Passa mais além do
Céu de Brasília
Traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha música de preto
Gosto tanto dela assim
Essa desmesura de paixão
É loucura de coração
Minha Foz do Iguaçu
Pólo Sul, meu azul
Luz do sentimento nu
Esse imenso, desmedido amor
Vai além que seja o que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou, minha dor
Minha Linha do Equador
Mas é doce morrer nesse mar de lembrar
E nunca esquecer
Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isso pra mim é viver


Djavan, perfeito pro momento. Mel, ai.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Justiça e Voz

Uma prima minha me pediu ajuda para estudar história. Era um dia antes da prova, na qual ela teria que tirar 90 para não reprovar de novo a oitava série. Tema? Segunda Guerra e Guerra Fria. Explicar capitalismo e socialismo foi um pouco complicado para ela, mas acho que ela acabou entendendo bem no fim das contas. Na hora do nosso intervalo fomos bater um papo, e ela, estudante de escola pública, começou a me contar histórias, assim foi mais fácil contextualizar o que é capitalismo. Ainda mais para uma garota que saiu da escola privada e teve que conviver com outra realidade de repente. Bom, isso se chama como mesmo? Aprendizagem cognitiva. O aluno, estudante, pensante, aprendiz, etc... liga o que já aprendeu no seu contexto histórico com o que vê em sala de aula, ou através de qualquer método de ensino. Pois é, pensei "posso formar uma anticapitalista?". Isso me faz pensar na grandeza e importância de um professor. O poder de um professor com a possibilidade de formar seres "não-alienados". A possibilidade de explicar o que são essas duas ideologias, trazer um contexto, formar seres críticos para uma sociedade que precisa mudar. E que professor, eterno injustiçado, poderá dizer o contrário? Classe operária, produz educação (ao menos tenta ou tentou), trabalha feito um condenado, não é valorizado e ganha, muitas vezes, uma miséria. Bom, começou a me contar que ano passado quando fora reprovada, sua coleguinha estava com as notas iguais as dela, e com mais faltas. Ela não entendeu porque a amiga conseguiu passar de ano, além de outros exemplos que citou, e ela acabou ficando pra trás. Bom, é difícil explicar como isso pode acontecer, mas não é segredo para quem estuda em alguma licenciatura, ou convive com novos professores que ainda se encontram indignados, que o país precisa se destacar e para isso a educação precisa ter um nível altíssimo, portanto a reprovação de aluno só iria prejudicar a imagem de um país. Teríamos então um número de alunos por colégio que poderão ser reprovados. Se o professor reprovar mais do que o número estabelecido, ele se torna imediatamente um mau professor, que não conseguiu cumprir com seu dever. Possivelmente ele perderá seu emprego. E assim anda o Brasil. Tentei explicar para ela que dentro do capitalismo ao menos ela teria a possibilidade de abrir a boca e gritar. Não disse, claro, que isso vai adiantar muita coisa toda vez que ela tentar, mas vai ver que vez ou outra dá certo. Afinal é uma falsa liberdade. Pois é, "e minha amiga ficou com a cara roxa e saiu do colégio, não tá mais estudando. As meninas bateram nela porque ela parece metidinha. Estão agora na justiça." Injustiça social causa violência. Pais que temem tiram a filha de perto do perigo. Pais alienados não a matriculam em outro lugar e a deixam parar de estudar, talvez justamente por não terem recebido uma boa educação. As meninas não vão deixar de se sentirem inferiorizadas e não aprenderão muita coisa doando cestas básicas. A amiga da minha prima, tomara que volte aos estudos logo, e que busque e tenha a oportunidade de não ser tão alienada quanto a grande maioria, infelizmente. Todos somos um tanto, mas como tudo dentro desse sistema, uns mais que os outros. E que minha prima vá bem nessa prova e busque sua voz e procure pela justiça. Eu não luto pelo socialismo, mas tenho plena consciência de que o capitalismo não merece nem mais um de nossos dias. Eu perguntei "e você preferiria viver aonde nessa época se tivesse ficado tudo em paz?", ela respondeu "capitalismo, eu quero ter voz, não gosto de imposição." Aí a lembrei da alienação, e de que não é ela quem passa fome, da falsa liberdade pregada pelos capitalistas poderosos. Eu luto principalmente pela liberdade de expressão, e por isso ela poderia fincar o pé no chão e tomar essa posição se quisesse, mas eu sabia que aquilo era a falta de informação de quem tá começando a aprender e a expliquei novamente, e ela finalizou concordando. Menos pior, diríamos as duas. Jovens críticos formarão uma nova ideologia, um novo sistema. Só falta o sistema atual querer formar jovens críticos. Bom, com a internet fica mais fácil, o primeiro meio verdadeiramente democrático do mundo! Beijos para a internet.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Aproxima-se o tempo do abandono de meu único vício. Me entrego escutando Djavan mais do que o normal. O fim do ano vem de novo. Hoje é o primeiro dia do último mês do ano, e eu sei que nem tudo que eu quis se realizou, mas tudo bem... os dias raiaram querendo me apresentar segredos novos de um mundo que eu pouco conhecia. A inspiração não chegou, e ainda falo da minha vida. Só espero conseguir entender como esses novos segredos poderão aparecer em muitas páginas que pretendo escrever. O foco não muda, mas percorro outros caminhos, crio um gosto muito maior por eles. Busco signos e ascendentes, desperdiço tempo. Foi através da sociolinguística que achei meu método teórico de fazer esse mundo melhor. Difícil é colocar em prática, afinal nunca depende de um só ser e não dá pra esperar que os homens concordem. Nem ao menos que concordem que ninguém concorda, e é isso a essência do ser humano, mudar, discordar para nunca chegar a uma só conclusão. A única verdade universal é que tudo sempre está em constante mudança, e as pessoas ainda não aprenderam a valorizar, respeitar e amar as diferenças. Esse ano me apaixonei imensamente pelas diferenças. Comecei a me levantar da comodidade de olhar a desigualdade. Me conheci melhor. Cri nos signos. Diferente de qualquer ano passado, procurei conhecer tanta gente que acabei por não me aproximar muito de ninguém. Conheci uma ou outra pessoa que espero manter um bom tempo perto. Vivi o presente mais do que nunca, esqueci tanto do passado que me pareço outra pessoa, mas é a mudança, tudo aquilo ainda reside em mim escondido num mar de carinho. Matei rancores. O que continua mesmo é a saudade, a vida toda super presente comigo. Às vezes dá uma saudade desgraçada dos contatos íntimos e não superficiais, mas esses estão distantes, alguns voltando, afinal é férias. Planejei viagens que estão quase na hora. Voltei a dançar. Decidi há pouco que teria que voltar a escrever, mesmo que besteira, pra me acostumar e começar a incluir os novos segredos. Aqui está, um começo, uma besteira, qualquer coisa que me obrigue a não ficar apenas em artigos científicos e análises literárias. Sem planos para o natal nem pra virada do ano. Vejo uma nova possibilidade chegando, mas dessa vez vou guardar. Um ano de grandes mudanças em mim, estive precisando. E ainda não acabou... Dizem que só em 2012, né? "O destino de alguém não é nunca um lugar, mas uma nova forma de olhar as coisas." Henry Miller.