domingo, 29 de abril de 2012

Não Demora

Liberdade é entender que as horas são demasiadamente finitas. O passado, uma eterna prisão. O futuro, incompreensível Deus. Liberdade é viver como se a única lei fosse o agora.

Como é saudade em inglês

Fecho os olhos, e estou presa a um só lugar Esqueço-te, adormeço, e sonho Que coisa mais insuportável é o sonho Inefavelmente inexplicável, coitado de Freud Estou farta de sonhar, do descontrole Que doce seriam as horas reais Da tradução de uma vida, de duas, de Sartre De meus poros deixarem de implorar Pela ponta dos teus dedos, e gozarem-te A inundar-me do que não está em minhas mãos Ai ai... alimento-me de sonhos Talvez eu nem te queira aqui Te troco como se fosse fácil, divirto Faço algum ruído com o pandeiro triste Difícil ser original, tudo que vem é saudade E não importa a língua, ninguém nega Sou brasileira, a saudade come minhas horas

sábado, 28 de abril de 2012

As lágrimas são da chuva

Meu piano anda tão calado Que passo o dia escutando a chuva O corpo sorri a cada gota d´água Sinto, já que é pra me molhar Nenhum pássaro verde pra me contar Pr´onde vão dar os passos que ensaio Sossego em vão. Só o que voltará Me traz e talvez um dia me leve daqui À algo que eu pensei ser efêmero Prum lugar que não se desperdice música Pela tempestade que só cai lá fora Então dentro um arco-íris, agora saudoso

quinta-feira, 26 de abril de 2012

- Ai, vou deletar meu face. - Ixi, o que que é isso? Crise existencial agora? Não acredito que até eu caí nessa de relacionar o mundo virtual com o verdadeiro "status" da pessoa. Que medo! Agora eu que tô em crise. Tchau, internet.

sábado, 14 de abril de 2012

I´ll

Eu olharia por cada riso teu, e riria cada instante só nosso, não fosse o amanhã nos trazer dois caminhos pra separar o que nos caberia tornar inseparáveis. Vida de tempos indecisos, curvados, em formas aspirais. Te respiro agora, te gozo de alegria, de pranto, de medo e principalmente e oniricamente de prazer. Não penso no futuro, mas antecipo a chegada da dor, te como e te canso e procuro palavras pra te descrever e não esquecer de você. Já te lembro cuidando das formigas, e como o homem que me liberta dos pudores quaisquer que me restavam. A aspiral retorna tudo o que é saudoso em mim.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Rio

Posso esperar nosso tempo voltar, pelo jeito não terei outro caminho. Como ainda não tive escolha de não me encontrar no meio de duas correntes, de dois séculos nos quais não vivi. Ou, ao menos, não com esse corpo. Sou duas. Palavras novas, velhas, se misturam pra te explicar num vocabulário que não me pertence. Eu quero a sua língua. Grandes olhos me comem nessa paisagem inacreditável. Juro, eu esperava bem menos, não pelos dizeres. Imagino agora o que vai ser voltar a ser bem só. Mergulho meus pensamentos nos próximos mares que veremos, pra não inundar teus abraços de minhas lágrimas desesperançosas e árduas de quem acha o que procura, mas não pode possuí-lo. Quero mais coragem. O passado me ensinou a gostar de desafios, mas eu não quero ter que fechar os olhos pra te ver. Cabeça navegante, eu peço a cidade, o pecado do gosto que tem de se querer sempre mais. Trocaria o pretendido, pelo mais incerto, até a cor do meu futuro automóvel, mas a coragem me falta. Eu posaria nua todo dia.