sexta-feira, 8 de maio de 2009

O que que é isso, mulher?

Perdi a coragem de cuspir. Que deu vontade, ô se deu mas aquele não era um bom momento para ser eu mesmo. Fingir é mais interessante quando se trata de sociedade e foi o que fiz como bom senhor de gravata e terno indo pro trabalho infernal. Apenas acendi um cigarro que não deu tempo nem de chegar perto do filtro até me deparar no estabelecimento onde passei maior parte da minha vida. Confesso a vontade imensa de botar logo fogo no maço todo e atacá-lo no prédio cinza. Pensei que seria pouco para causar o que gostaria e fui apertando o botão do elevador, arrumando a gravata que a diaba da minha mulher mal sabia dar nó mas para agradá-la com aquele medo que todo homem tem de levar chifre se a mulher não estiver satisfeita, digo à ela todo dia o quão bem ela amarra isso.
Mesmo assim, na hora do almoço, quando chego, vejo ela sempre com aquela cara de cu com cãibra, botando a mesa que parece ter até cuspido na comida. Foi aí que comecei a história dos meus dias desgraçados, todos iguaizinhos. Porque apartir do momento em que imagino comer comida cuspida, tenho vontade de cuspir por cima só pra dar mais gosto. Aquela gororoba que ela faz é idêntica a pizza de frango e catupiry mastigada. Toda vez que pergunto o que é, ela diz "é o de sempre". Tenho vontade de cuspir mas perco a coragem e eu ainda não consegui saber o que é. Sei que além de parecer, tem gosto de pizza de frango e catupiry mastigada e odeio aquilo e odeio mais ainda minha mulher mas mesmo assim, não quero ser corno, por isso não cuspo na comida que ela prepara para mim. Queria lembrar o motivo pelo qual a primeira vez, quando ela me contou o que era aquilo que ela tanto mastiga e cospe agora, não troquei de mulher. Deve ser tão distante que na época em que provavelmente aconteceu, eu ainda era arrumado e gentil o suficiente para arranjar outra com facilidade. Agora não há mais saída.
Sustentar mulher hoje em dia não é comum mas era o que eu desejava quando garoto. Arranjei uma tapada, que mal consegue escrever o próprio nome de casada. Nem saber fazer feijão com arroz ela sabe. Quando ainda subia, era o que tinhamos de bom e o que fez alguma paixão crescer em mim, se é que você me entende. Ô bixinha arretada que era essa diaba na cama. Não existia hora ruim. Tinha a pele lisinha com pêlos que pareciam pluma na minha mão. Hoje mais parece velcro no toque e na aparência uma ruga só. Ah, se ela ao menos tivesse se importado em comprar um livrinho de culinária para me conquistar pela boca. Nessas feiras de livro sempre tem por 1 real mas ela realmente não se importa. Se tivesse pinto também não subiria mais.
Uma vez encontrei uma moça, estudante da faculdade ao lado do local onde passei a maior parte da minha vida. Me apaixonei por ela e ela teve um caso com um homem mais velho casado por uns tempos, eu. Minha mulher nos viu de mãos dadas no Mercado Municipal e saiu de fininho. Quando cheguei em casa, primeiro tentou me matar de porradas inúteis de mulher, depois me apontou na cabeçeira da cama um pacotinho cheia de lágrimas escorridas na face. Eu abri o pacotinho e lá havia uma porcaria de um viagra que a amiga dela tinha "pegado do marido escondido pra ajudar nóis". Me perguntei como foi que elas chegaram nessa conversa e fiquei com raiva porque alguém sabia da falta que eu fazia para ela na cama. Tomei o negócio, depois de pouco tempo ele estava mais forte do que nunca e nessa ela me fez ligar para a estudante e terminar o "relacionamento", chamar ela de tudo quanto é nome e dizer para ela sumir de lá, se não eu não colocaria um dedo na minha própria mulher. Eu precisava daquilo, o fiz sem dó nem piedade. Arranquei a roupa da diaba e fiz tudo o que pude. Ela disse que gozou 8 vezes, mas 8 vezes dá até para causar morte, não dá? Muita emoção. Tipo porco que goza horas... No dia seguinte me perguntei porque quando liguei para minha amante não pedi que me encontrasse e fui tão burro. Nunca recomendei o remédio para nenhum amigo, fiz o contrário. Perdi a menina da minha vida e fiquei sem remédio de novo.
Tudo piorou dali pra frente. Acho que transamos mais umas duas vezes, e foi só porque enquanto eu dormia ela observa o que acontece comigo e ela percebeu alguma coisa por ali e foi me acordando toda nua por cima de mim. Eu sonhava com a minha terceira namorada e continuava de olhos fechados tentando não tocá-la. Depois por um tempo eu mal dormia para que não acontecesse de novo, esperava ela adormecer e acordava antes dela.
Ás vezes levo flores e bombons, porque mulher tem prazer com chocolate assim como com sexo e as flores são para que ela se sinta um pouco querida. Gasto uma graninha por mês com isso para me sentir seguro de que ela não me bote chifres. Continuo indo de segunda a sábado pro lugar onde passei a maior parte da minha vida só para que isso não aconteça. Se não já teria perdido a mulher para qualquer maloqueiro por aí e ficaria sem dinheiro. Não sei o que é pior, não sei nem fazer ovo frito. Por isso continuo assim fingindo que não tenho opção.

Um comentário:

  1. obrigada por dar atenção aos meus textos chatos. to me esforçando pra digitar pq to meio bebada. mas ja salvei seu blog nos favoritos e amanha vou ler tudinho. estou com saudade sde você! beijos e carinhos

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