sexta-feira, 22 de maio de 2009

Homenagem ao 403


Que saudade de subir dois andares, talvez errar o lado do corredor, voltar e tocar duas vezes seguidas aquela campainha como senha. Assim de pijama mesmo, levar um CD bom pra gente sair fumar na varanda, morrendo de frio até com casaco do Hitler. Fingir que não percebia alguma coisa e ficar horas falando sobre as minhas paixonites. Cantar milhões de vezes a mesma música que cantamos o ano inteiro e as vezes variar pra um Chega de Saudade. Ficar olhando vocês estudarem enquanto eu falava disparadamente e atrapalhava vocês e a boa educação que receberam não deixava que me mandassem pra puta que pariu, como eu faria se fosse o contrário. Saudades de ver A Favorita e ficar nervosa junto com vocês e de novo sair fumar na sacada. Fazer festinhas de surpresa, ou colocar o máximo de cerveja que podiamos na bolsa pra passar escondido na portaria. Aquilo era pesado e nunca era o tanto certo. Entrar sambando patéticamente durante a abertura da Grande Família, bêbada. Pensar sobre o que eu vou ser nessa vida, enquanto mais novas que eu já tem suas certezas. Ouvir aquela música no violão e a encheção de saco pelo interfone por causa do nosso barulho. Nossos dias eram quase todos iguais mas naquele lugar existiu isso que fez valer a pena. Saudades do último dia que nós três choramos igual retardadas. Tomara que a gente passe no vestibular e fique perto logo. A promessa espero que ainda esteja colada na geladeira. Ah! Esqueci de citar algo muito importante, que era comer o melhor arroz com frango da face da terra. Saudades, porra.

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